29.8.07

As fotos que marcaram a História


Navegando pelo orkut, encontrei um link na comunidade Fotografia, que me levou até um blog. Nele, estavam fotografias que entraram para a História.


O link é esse: http://cinemaafinseumadosedewhiskeyporfavor.blogspot.com/2007/08/fotografias-que-fizeram-histria.html


Há imagens diversas, e pude constatar que a maioria delas vem da Guerra do Vietnan. Isso pode resultar numa análise nos proximos posts, do por que conflitos são tão marcantes na história da humanidade.


Enfim.




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17.8.07

O Valor do Conhecimento


Estava navegando agora pela internet, e me deparei com muitos foruns em comunidades do orkut, ou em outros blogs, onde muita gente se pergunta quanto cobrar por um trabalho. Quem trabalha com prestação de serviços sempre esbarra nessa dúvida. E, principalmente, quem trabalha com "processo criativo".


O quanto cobrar também é influenciado pela "postura profissional". Vou apenas comentar da minha área, a fotografia.


Quem não conhece o caso do cidadão que resolveu sair do emprego, alugar uma salinha, sair por ai vendendo espaço publicitário, e montar um "jornalzinho de bairro"? No meu há o caso. Um jornal furreco, com layout furreco. O preço deve ser furreco. E o cidadão compra uma compacta digital, feita especialmente para pessoas descompromissadas com a fotografia, e querem apenas boas fotos, e sai por ai "clicando" festas e eventos. Ele pagou uma careza por uma câmera que faz vídeo e tem muitos megapixels, e não sabe usar 10% do que a câmera pode oferecer. Enfim. Ele então oferece o serviço de fotografo de eventos, cobrando um valor irrisório por foto, já que ele não vai ter gasto nenhum, afinal a câmera é digital.


Existe uma coisa chamada "média de mercado", em que o preço mais alto e o mais baixo influenciam os preços que estão no meio. Assim, quem cobra mais alto, sabe o por que disso. E quem cobra mais baixo, quer vender o produto rapidamente. Quanto mais baixo o preço menos, mais baixa fica a média. E quem se ferra são os que vendem um produto ou serviço de qualidade, por um preço menos que o mais alto, mas não tão baixo quanto o menor.


Enfim, novamente. Chega este cidadão que vos fala, e tenta vender um serviço (que eu acho que é, aceito críticas construtivas) de qualidade para alguém sem conhecimento sobre o assunto, e o contra-argumento usado é de que "o fulano do jornal do bairro faz o mesmo trabalho, por um preço muito menos".


Ah, sim, claro. Faz sim. Vai crendo nisso. Afinal, ele largou o emprego, resolveu comprar uma câmera fotográfica e sair por ai batendo fotos. Eu, por outro lado, passei quatro anos e meio em uma universidade, mais quatro anos estudando sobre o assunto (informalmente, mas ainda assim, melhorando meu conhecimento), para, no final, ter que cobrar a mesma coisa que ele cobra. E ainda ser achincalhado (o corretor ortográfico vai me apurrinhar por causa dessa palavra) por causa disso.


A sociedade ainda tem muito que aprender. Ainda há a cultura do "qualquer um pode fazer isso", seja na fotografia, publicidade, audiovisual. Quantas pessoas abriram um consultório médico, até hoje, sem terem se formado (e não foram presas por causa disso)? Agora, sempre existe aquele "sobrinho que tah terminando o curso da Data Control, e sabe mexer nesse tal de Corel Drau", que faz na camaradagem. Serviço beeeeeeem mal feito, mas foi de graça, então do que reclamar?




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14.8.07

Lambe-Lambe

Mário Quintana e um Lambe-Lambe (Liane Neves - Estado do RS)


Num domingo de tarde qualquer, fui passear pelo Parque da Redenção, em Porto Alegre. É um lugar agradável pra se caminhar um dia de sol, acompanhado ou não. Aproveitei pra comer algo que fazia uns dez ou quinze anos que não comia: um churros, com recheio de chocolate.


O maior atrativo para muitas pessoas, na Redenção, é o brick. Também é um prato cheio para quem caminha com uma câmera fotográfica pendurada no pescoço (que era o meu caso, entre muitos). Há stands com diversas "miudezas", como diria minha avó, além de pessoas fazendo performances, como a das estátuas vivas.


Foto de Yul Barbosa


Mas, o que realmente me chamou a atenção foi a presença de um lambe-lambe. O lambe-lambe era uma presença comum até idos dos anos 80. Com a constante disponibilização de câmeras cada vez mais portáteis e tecnológicas, foi diminuindo sua presença em praças públicas, pois já não é mais necessário a intermediação de um fotografo instantâneo para se ter a lembrança de um passeio. Hoje, é comum vermos uma família de quatro pessoas, em que cada uma delas possui uma câmera digital, seja uma compacta, DSLR ou um celular imbuído de câmera-mp3-filmadora-rádio-etc. E. logo em seguida, as fotos batidas estarão disponíveis em algum fotolog, blog ou flickr na Internet.


Mas, mesmo com toda a tecnologia, ainda existem alguns profissionais atuando no mercado. Não sei o número exato de lambe-lambes em Porto Alegre, mas não deve passar os dez. De acordo com o site O Foco, atualmente muitos profissionais utilizam-se da fachada da "câmera antiga" para chamarem os clientes, e fazerem fotos em câmeras 35mm. Não sei se é o caso dos que atuam em Porto Alegre.


Deste jeito, teremos, em pouco tempo, muitos "lambe-lambes" (sim, entre aspas) trabalhando com uma digital e uma impressora colorida na Redenção (hum, o que não seria uma má ideia).





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8.8.07

O Processo e a Arte


Imagem de Heliz


Assim, fica uma pergunta: fotografia digital também é arte? Na minha opinião: depende. Depende dos fatores envolvidos. E isso é uma discussão muito longa, digna de uma tese de mestrado.


Vou expor apenas o que eu acho.


O processo de criação é o que revela o produto final como arte ou não. Eu comparo a fotografia com a pintura, neste caso, mas pelo suporte que pelo resultado. Na pintura, há uma tela, de material indiferente para a discussão, e tinta. O pintor usará a tinta sobre a tela. E terá um produto final. Na fotografia, muda-se a tela por papel fotográfico, e a tinta, por uma câmera fotográfica (onde está subentendido o filme ou sensor, também indiferente para a discussão).


Enquanto na pintura o processo criativo é feito de uma forma artesanal, na fotografia temos um processo mecânico. E estou me referindo ao processo de revelação e ampliação da imagem. Na pintura, há os movimentos do pincel molhado de tinta, sobre a tela. Na fotografia, há o tempo que o filme deve ficar mergulhado em cada um dos químicos que compõem o processo de revelação. Depois, o tempo que o papel fica exposto à luz filtrada pelo negativo. E, novamente, o tempo que o papel fica mergulhado nos químicos para a revelação da imagem no papel.


Mas, este é o processo na fotografia analógica. O processo na fotografia digital foi explicado no post anterior. E a constatação é de que há menos interferência humana no processo mecânico. A interferência agora é computadorizada. A interferência do fotógrafo é menos. Agora ela fica apenas na hora do "click", e na edição de imagem em um software qualquer.


Ou seja, enquanto no processo analógico, o fotógrafo poderia interferir muito mais de forma artesanal, ele agora só poderá interferir de forma digital. O resultado final continua sendo o mesmo, já que no caso de um software de edição como o Photoshop, os efeitos e filtros disponíveis para manipulação da imagem se baseiam pura e simplesmente em processos químicos e mecânicos que já existem há pelo menos cinquenta anos. Ou, pelo menos, trinta anos do início da utilização de computadores para a manipulação de imagem.


A fotografia, como digital, pode ser, então, comparada à Arte Digital, aonde o artista utiliza os meios virtuais para chegar à um resultado que muitas vezes não poderia ser alcançado por meios físicos da forma como ele visualizou. Assim, ele possui muito mais controle sobre a obra. No caso da fotografia, a semântica é a mesma. O fotógrafo possui tanto ou mais controle sobre a obra, do que no caso da analógica. A diferença é o trabalho que ele tem para se chegar ao resultado. Que é bem menor.


No fim, o que se pode arguir é que, o que define a fotografia como forma de arte, é a criatividade e capacidade de visualização do fotógrafo. E não o suporte usado.




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A evolução dos processos

Foto de Lucas Ramos - Porto Alegre (RS)


Estes dias eu estava conversando um uma menina, no msn, sobre as fotos dela no Flickr. Ela me disse que fez aquelas fotos em cromo. O cromo se caracteriza por ser um filme diapositivo, que é o contrario do negativo. No negativo, o que era verde, por exemplo, vai ser a cor inversa do espectro cromático, que é o vermelho. Já o cromo, o que é verde, será verde no filme. Ele também se caracteriza por ser mais saturado no resultado final.




Muitas pessoas ainda usam o suporte do filme, independente se for negativo pb, colorido, ou cromo. E alguns podem se perguntar por que ainda existe gente "maluca" a ponto de usa-los, se com a digital é tudo bem mais prático e rápido.Eu posso dizer que sou um adepto do sistema digital. Mas não é por modernidade. É por questão econômica mesmo. De grana, e de tempo. Assim, posso fazer uma foto de manhã, trata-la a tarde, e de noite ela já esta aonde deveria, seja para o cliente, ou apenas no meu Flickr.Mas, eu aprendi a fotografar com filme (na época nem se cogitava ainda a existência de câmeras digitais para usuários comuns. As que existiam, custavam o preço de dois carros populares de luxo). E, como eu descrevi no meu primeiro post, foi muito benéfico para a minha formação fotográfica.O processo de transformação que a fotografia sofreu com a implementação do digital foi gigantesco, mas ainda tão trabalhoso quanto quando era no analógico.




Antes, batia-se a foto, mandava-se pro laboratório, recebia-se a ampliação um dia depois, digitalizava-se a foto ampliada com um scanner, importava-se ela num programa de edição de imagens (Photoshop, naquela época ainda estava em uma versão baixa, como 4 ou 3, e era beem mais trabalhoso de se usar), fazia-se a edição desejada, e AI SIM dava-se o processo por "encerrado". Quem tinha laboratório PB em casa metia-se numa sala escura por horas, até ter a imagem do jeito que queria.




No processo digital, mudam-se alguns fatores. A única etapa extinta foi a do escaneamento. De resto, mudou-se apenas a ordem dos fatores. Bater a foto, carrega-la no computador, editar no photoshop, e amplia-la (seja mandando para um minilab, ou numa impressora caseira).





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7.8.07

Chuva

Foto de Dário (http://www.photografos.com.br/darioat)



Eu ouço o barulho da chuva caindo lá fora. Eu ia dar o blog por encerrado por hoje, mas ouvindo ela cair, me deu inspiração para mais um. Eu fico meio saudosista por causa dela, mas não é este o motivo de estar escrevendo.


Tradicionalmente, se imagina que o melhor momento para se tirar uma fotografia, é quando o sol está brilhando no céu. Talvez seja, se você está na praia. Dias de sol brilhantes e iluminados tornam uma foto bonita. Mas também a tornam comum.


Poucas pessoas imaginam que um dia chuvoso tem seus atrativos. O efeito da água caindo sobre uma folha pode ser belíssimo, assim como cenas corriqueiras de pessoas se protegendo por um guarda-chuva. Assim como o reflexo da água no chão, refletindo alguma cena interessante na sua "superfície".


E uma fotografia chuvosa remete à imagens clássicas, como as ruas de Londres. Uma foto da capital inglesa não teria a mesma graça sem ter um chão molhado, com as luzes sendo refletidas na superfície. Ou, até mesmo, a cena clássica do filme "Cantando na Chuva".


Para fotos num dia sombrio e chuvoso, inspirações nunca vão faltar. Mas, é necessário dar uma atenção especial a fatores que podem passar despercebidos. Efeitos interessantes podem ser tidos com a utilização de uma velocidade de obturação mais baixa. Assim, a água ficará "borrada". Ou as gotas da água ficarem "paralisadas" no ar, com uma velocidade mais rápida. E atenção especial para a fotometragem. Quanto mais luz, menos noção da água caindo, e menos detalhes serão percebidos.




Então, quando a chuva cair, não se preocupe em esperar um dia de sol. Pegue seu equipamento, e boas imagens (só não esqueça de proteger a câmera contra a água).


Foto de Leonardo Dobbin (http://www.photografos.com.br/ldobbin)


O significado do olhar

Foto de Roberto Moreira (http://www.photografos.com.br/tenebroso)


Não é raro andarmos na rua, por causa de um compromisso, ou por lazer, ou por qualquer outra situação, e de repente nos depararmos com uma cena que nos faz pensar "Puxa, por que eu não estou com uma câmera?!" Por isso que foto-jornalistas geralmente andam com uma sempre a mão, já que a maioria das notícias não tem hora para acontecer.

Mas, o que faz alguém parar para pensar em tirar uma fotografia de um determinado fato, cena ou momento? Muitas coisas definem a escolha do momento de apertar o botão e "click". A técnica que o fotógrafo em questão aprendeu, e seu conhecimento sobre domínio da luz. E há também o sentimento envolvido no momento.


Dois fotógrafos, vendo um mesmo Pôr-do-sol, não farão fotos parecidas. Cada um deles fará uma escolha de como quer que a imagem transmita o sentimento. Alguém triste e melancólico quer que aquele pôr-do-sol seja triste, apagado. Já alguém que tenha tido um bom dia, vai querer que aquele final de tarde seja espectacularmente alegre. Isso não é regra, mas é um bom exemplo de como uma cena pode parecer diferente, e consequentemente gerar uma imagem diferente para cada um.


Mesmo uma fotografia "artificial", como uma foto publicitária, pode ser analisada pelo meio emocional. É tal qual um ator num palco. Ele pode não estar sentindo aquela emoção que o texto pede, mas fará o espectador se emocionar da mesma forma. A foto publicitária é feita para causar um determinado sentimento, tal como o desejo de ter aquele produto, de provar aquele alimento.


Quando um fotógrafo faz uma foto, ele coloca uma parte da alma na fotografia. Há como reconhecer o estilo, que é a assinatura artística de quem fez a imagem. Nunca irá haver duas fotografias iguais de um mesmo objeto, mesmo que feitas por um mesmo fotógrafo. Assim como não haverá dois fotógrafos com um mesmo estilo.


Estilo pode ser imitado, mas nunca igualado. O dever do fotógrafo, ao fazer uma foto, é ele, como criador, ser único.


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3.8.07

O Olhar (ou como aprendi a amar a fotografia)

Eu descobri a fotografia há muito tempo. Meu pai tinha uma Olympus Trip, e carregava ela para cima e para baixo. Nas viagens, nos passeios, em casa, estava sempre tirando fotos. Devo ter umas mil fotos de quando era pequeno. E deve ser por isso que eu odeio sair em foto. Quando saio, é sempre com uma "tentativa de cara engraçada".

E a paixão dele passou pra mim. Entrei na faculdade pra fazer publicidade. Apesar que na época eu queria ser redator. E fiz a disciplina de Fotografia. E a paixão de criança, de estar com uma câmera nas mãos, "eternizando" o mundo ao meu redor, voltou. Eu gostava de passar horas no laboratório escuro, vendo nascer alguma coisa que eu tinha descoberto com o olhar.

Minha mãe me deu uma câmera quando eu tinha 21 anos. Ainda de filme. Fiz várias coisas com ela. E aprendi muito com ela também. A primeira (e até agora, única) digital foi aos 25. Nela, já há um registro de mais de 5.000 fotos. Procuro não bater fotos ao acaso, só porque ela me permite ver as melhorias da foto sem um custo.

Eu sou de uma geração que aprendeu errando. E que pensava muito antes de fazer uma fotografia. De olhar pelo visor da câmera até achar o ângulo que me revelasse a foto perfeita. Aquela imagem que eu guardaria tanto no papel (ou monitor do pc), quanto na lembrança.

Vejo a geração de hoje (lendo isso, parece que eu tenho 200 anos de idade), que pega a câmera, coloca ela no modo totalmente automático, olha no visor e aperta o botão de disparo. E está feita a fotografia. Mas o unico trabalho que o cidadão teve foi segurar a câmera. Um "tripé humano". A câmera fez o resto.

Fotografia é o "ato de se escrever com luz". Para se escrever com luz, precisa haver interação, já que escrever é um ato criativo. O criador precisa colocar a alma dele no objeto a ser criado. Precisa saber o quanto de luz ele deseja "deixar entrar" na imagem, ou que efeito ele quer dar. Ele precisa visualizar como a imagem vai ficar quando pronta, antes mesmo de apertar o botão.

Minha câmera é uma DSLR, ou seja, não se enxerga a imagem que vai ficar gravada. Algumas vezes, eu levo ela para alguma festa, e, quando também vou sair na foto, peço para alguém fazer a foto. Obvio que coloco ela no modo automático (que as vezes eu também uso, mas é em casos raros, como fotos de festas). A pessoa que vai fazer a foto me olha com aquela cara de "como se mexe nesse troço". E pergunta porque a imagem não está aparecendo. O fato dela não aparecer é benéfico para a minha formação de fotográfo. Pois assim eu exercito ainda mais minha capacidade de visualização.

Acho que o texto está ficando longo demais. Vou deixar este assunto para próximas postagens.